Foi o
filósofo grego Teofrasto de Ereso, discípulo de Aristóteles e comumente
denominada “pai da botânica”, o primeiro a formular uma terminologia descritiva
em plantas. Foi responsável também pelas primeiras descrições completas de vários vegetais, utilizando-se
geralmente de palavras comuns do idioma grego. Já no século I, o naturalista e
enciclopedista romano Plínio, o velho, compilou toda uma nova série de
terminologias, baseadas em novos dados coletados. Utilizando-se de termos
gregos emprestados de Teofrasto e Aristóteles, Plínio incluiu também muitas
palavras latinas a fim de descrever estruturas botânicas. Desta forma o grego
aparece como a principal fonte de termos, enquanto o latim influenciou na
descrição e serviu de ponte entre o grego e as línguas posteriores
A morfologia
vegetal é um ramo da botânica que estuda a forma e estrutura das plantas e
comporta varias subdivisões:
-
Organografia, ou morfologia externa, que descreve traços exteriores mais
característicos das plantes.
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Morfologia comparada, que confronta formas e estruturas de diferentes espécies.
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Anatomia, que trata da organização dos tecidos dos órgãos vegetais.
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Histologia, que estuda a estrutura microscópica dos tecidos.
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Citologia, que estuda as células, elementos constituintes dos tecidos.
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Microscopia eletrônica, que examina as organizações celulares, invisíveis sem o
auxilio de instrumentos.
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Embriologia, que procura, pelo estudo do zigoto, acompanhar as fases de
desenvolvimento vegetal.
Métodos:
A
morfologia é comparativa, o morfologista examina estruturas em diversas plantas
da mesma ou de diversas espécies, em seguida compara a fórmula e semelhanças.
Quando
acredita-se que as diferentes espécies possuem a mesma origem embrionária,
essas estruturas são ditas homólogas.
Por exemplo, as folhas de pinheiros, carvalhos, couve são todas muito
deferentes, mas partilham determinadas estruturas básicas e disposição destas.
Em
segundo lugar, observa tanto as estruturas vegetais, bem como as estruturas
reprodutivas. As estruturas vegetativas das plantas vasculares incluem o estudo
do sistema de caulinar, composto de caules e folhas, bem como o sistema radicular. As estruturas
reprodutivas são mais variadas e são normalmente específicos para um determinado
grupo de plantas, como flores e sementes, esporos das pteridófitas, cápsulas
das briófitas.
Em
terceiro lugar , a morfologia vegetal estuda as estruturas em varias escalas. A
menor dessas escalas é a ultraestrutura, em geral são características estruturais
das células visíveis apenas com o auxilio de um microscópio eletrônico, e
citologia, usando microscopia óptica. Na maior escala é o estudo do habito de
crescimento das plantas. O padrão de ramificação de uma árvore irá variar de espécie para espécie.
Em
quarto lugar, examina-se o padrão de desenvolvimento, o processo pelo qual
estruturas se originam e amadurecem ao longo do crescimento da planta. As
plantas produzem constantemente novos tecidos e estruturas ao longo da sua
vida. Uma planta viva tem sempre tecidos embrionários, a forma como as
estruturas amadurecem podem ser afetadas pelo ponto da vida da planta em que
elas começam a desenvolver, bem como pelo ambiente em que as estruturas estão
expostas.
As plantas possuem formas muito variadas. Percebemos ao observar, por exemplo, uma vitória-régia e um coqueiro.
Raízes, caules, folhas, frutos e flores são estruturas que comumente chamamos órgãos vegetais. Cada órgão possui sua função definida e várias formas possíveis. Vimos que as flores são órgãos reprodutivos, e os frutos se originam dessas. Como foi assunto de aulas passadas, ao caracterizarmos as angiospermas, aqui trataremos das raízes, caules e folhas.
Raiz Tem como função absorver e fixar. Possui regiões definidas: coifa (protege a ponta da raiz), zona meristemática (indiferenciada), zona de alongamento (onde as células estão crescendo e se diferenciando), zona pilífera (possui pêlos absorventes de água) e zona das ramificações (onde partem raízes secundárias). Tipos de sistemas radiculares: - Axial ou pivotante – típica de dicotiledôneas, possui uma raiz primária e diversas ramificações. Ex: feijão, abacateiros,... - Fasciculada – típica de monocotiledôneas, possui diversas raízes saindo do mesmo ponto, com aspecto de emaranhado. Ex: milho - Adventícias: são de suporte, partem do caule. Comum em mangues. Ex: milho. - Tuberosas: atuam como órgãos de reserva. Ex: beterraba, cenoura. - Respiratórias ou pneumatóforos: em solos pobres em oxigênio ou ambientes aquáticos, são adaptadas para captar oxigênio. - Sugadoras: adaptadas para sugar seiva de outros vegetais.
Caule
Tem função de sustentação e conexão entre raízes e parte aérea, pode realizar reservas de substâncias e energia e pode ser fotossintético também. Possui estruturas próprias, como: - Nós = região de inserção das folhas e gemas laterais. - Entrenós = região entre os nós. - Gemas apicais = região meristemática na ponta do caule - Gemas laterais = regiões meristemáticas localizadas nos nós responsáveis pelo brotamento de novos ramos, folhas ou flores.
Tipos de caules: - Haste: verde, delicado, realiza fotossíntese. Ex: margarida. - Tronco: lenhoso e capaz de maior sustentação. Ex: mangueira. - Colmo: nós e entrenós bem visíveis, possui a bainha das folhas recobrindo os entrenós e folhas ao longo do caule. Ex: milho, bambu. - Estipe: nós e entrenós bem visíveis, mas com folhas apenas no ápice do caule. Ex: coqueiro. - Tubérculo: reserva. Exemplo: batata. Difere das raízes tuderosas por ser adaptação do caule. Podemos observar ao ver as gemas laterais (característica de caule) nas batatas. - Rizoma: se desenvolvem no solo, paralelamente. Ex: samambaia, bananeira. - Bulbo: estrutura complexa formada por uma caule e folhas modificadas. Exemplo: alho e cebola. O caule equivale ao prato, região basal. Os dentes do alho e a cebola são folhas modificadas, chamadas catáfilos. - Caule aquático: encontra-se submerso em água. exemplo: vitória-régia.
Folha
Absorve gases e luz solar, realiza a fotossíntese, libera produtos da fotossíntese. Às vezes pode realizar o papel de pétalas (brácteas), sendo colorida e atraindo agentes polinizadores. Pode também estar modificada em espinho, como maneira de diminuir a sua superfície e evitar a perda de água por transpiração.
É o caso dos cactos. É formada por um limbo, ou lâmina, um pecíolo, que é a haste que a sustenta, e uma bainha, a base que envolve o caule.
Podemos observar padrões diferentes na organização das nervuras, que são os feixes vasculares realizando o transporte de seiva nas folhas. Aquelas com um padrão paralelo de nervuras são tipicamente monocotiledôneas. Já os padrões ramificados de nervuras são típicos de dicotiledôneas.